terça-feira, 5 de maio de 2009

Sé Catedral em Faro perde traça original

Igreja da SéA associação ambientalista Almargem denunciou esta terça-feira obras inadequadas na Sé Catedral de Faro. Um património com 800 anos está a ser “transformado num edifício moderno”, acusa a associação. Autarquia e Assembleia Municipal de Faro já têm conhecimento do caso.

Foi o cidadão Fernando Silva Grade que reparou. Encetou uma série de contactos mostrando a sua “perplexidade” até perceber quem é o responsável pela obra. Começou pela Autarquia, seguiu para o IGESPAR – Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico, de onde obteve a resposta de que o responsável pela obra é a Direcção Regional de Cultura do Algarve (DRCAlg).

Numa primeira missiva enviada à DRCAlg recebeu uma resposta “muito evasiva”. “Enviei uma segunda carta particularizando melhor todos os aspectos, e já não obtive qualquer resposta”, salienta Fernando Silva Grade, que foi expor a situação à Assembleia Municipal de Faro, e segundo o próprio, “todos os membros dos vários partidos mostraram perplexidade com o que estava a acontecer”.

Técnicos da Almargem acabaram por investigar a situação concluindo que todos os trabalhos “estão a ser mal feitos”.

Não está só em causa a estética e consequentemente a perda da traça original, mas também a utilização de materiais modernos como rebocos com argamassa bastarda e cimento, em vez de cal aérea, gesso e areia.

Fernando Nogueira, da Almargem, diz que estes materiais novos são impermeáveis e danificam a estrutura base, que é pedra, onde são aplicados. O responsável explica que quando há uma infiltração estes materiais novos não deixam a água sair danificando a pedra que mais tarde cairá agarrada ao reboco.

No que toca à estética Fernando Nogueira reforça que “não se trata de um ou outro pormenor, mas de uma situação escandalosa, com a traça arquitectónica toda alterada”. “Uma obra de construção civil não é uma obra de reabilitação de património histórico. Há empresas especializadas. Mas não perece ser o que está a acontecer”, reforça.

A Almargem quer que as obras parem de imediato, que seja retirado o reboco e que sejam corrigidos os erros, incluindo a reposição de reboco histórico.

Fonte: Região Sul

Foto: CMF

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