Dois euros, um dado ao Mercado Abastecedor e outro à SIMAB, em troca de todas as acções do Mercado Municipal. Esta é a verba que a Câmara está disposta a pagar para ficar como única titular da estrutura. Em troca, receberia ainda 2,5 milhões de euros de uma indemnização compensatória por parte da Sociedade Instaladora de Mercados Abastecedores, arcando a partir de agora com a totalidade das dívidas actuais e futuras da Empresa Municipal – Mercado Municipal de Faro S.A.
O presidente da Câmara Municipal de Faro, José Apolinário, não tem dúvidas de que esta é a melhor solução para os problemas crónicos do Mercado, com dívidas na ordem dos 13, 6 milhões de euros. “Com esta operação, a dívida do Mercado deixa de contar para o endividamento da Câmara, uma vez que a estrutura passa a ser economicamente viável e sustentável”, garante.
“A situação em que recebemos o Mercado Municipal era o caos: obras paradas, um mercado provisório sem capacidade para atrair gente e logo sem dinâmica”, diz Apolinário. “Hoje o Mercado é o centro de actividade, tem um efeito-âncora”, refere o autarca que ressalva que a viabilidade da estrutura está dependente do cumprimento à risca das premissas do estudo elaborado pelo Executivo, com apenas sete funcionários e outsourcing na limpeza e na segurança do edifício.
Segundo a proposta dos socialistas, que terá de ser votada em Assembleia Municipal na próxima quinta-feira, 28 de Maio, a Câmara beneficia ao assumir integralmente a posse do Mercado, uma vez que o valor de investimento global previsto de investimento até 2023 é agora menor – antes cifrava-se nos 8,6 M€, agora será de 3M€. Por outro lado, José Apolinário está confiante de que a operação permitirá à autarquia pagar de imediato 1,8 milhões de dívidas (a totalidade) a vários fornecedores, bem como renegociar a dívida com a banca: 6,5 M€ ao BES, 3,8M€ ao BCP e 1M€ ao Barclays.
O pior é a oposição, diz Apolinário, que está em maioria na Assembleia Municipal: “Eu só apelo ao bom-senso! O Mercado era apontado como um elefante-branco sem solução e agora tem sido um motor de revitalização do centro da cidade. Eu acho que quem teve responsabilidades entre 2001 e 2005 não tem condições para rejeitar esta proposta”, conclui.
Actualmente, a Empresa Municipal – Mercado Municipal de Faro S.A. é detida em 57 por cento pela autarquia farense e 43 por cento repartidos entre a SIMAB e o MARF.
Fonte: Observatório do Algarve
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