sexta-feira, 8 de maio de 2009

“Nova centralidade” nasce em Faro em 2013

Criar uma “nova centralidade” no Vale da Amoreira, em Faro, é o objectivo do Fundo de Investimento Imobiliário Imogharb, que prevê um investimento de 500 milhões de euros num empreendimento que inclui um centro comercial, um hotel, habitação e uma zona verde de sete hectares, entre outras valências.

O Plano de Urbanização do Vale da Amoreira (PUVA) foi esta quinta-feira apresentado aos cidadãos, numa sessão que ocorreu na delegação da Penha da Junta de Freguesia da Sé, com um representante do fundo imobiliário, Carlos Marnoto, e um dos arquitectos autores do projecto, Mário Trindade.

Trata-se de um documento cuja elaboração foi contratualizada com o fundo, em colaboração com a Câmara Municipal de Faro, o qual permitirá “a criação de uma nova centralidade urbana e a requalificação da entrada norte” da cidade.

“O que fazemos aqui é pegar numa iniciativa privada e ordenar um território mais vasto. O nosso objectivo é planear a cidade. Alguém quer investir? Nós dizemos que sim, mas com regras definidas pela câmara”, sublinhou o presidente da Câmara Municipal de Faro, José Apolinário.

Através do empreendimento Porta da Amoreira, vão ser realizadas as várias valências previstas, nomeadamente um centro comercial, um hotel, habitação multifamiliar e unifamiliar (10% a custos controlados), um parque urbano, um equipamento de saúde, residências assistidas para a terceira idade e comércio e serviços.

Tudo isto implicará “o crescimento populacional em cerca de 5000 pessoas e a criação de 5500 postos de trabalho directos”, de acordo com o representante do fundo.

O interesse do Imogharb na zona explica-se pelas suas “potencialidades”. “Queremos criar um projecto integrado, que requalifique a área e dinamize o concelho”, sustentou Carlos Marnoto.

O centro comercial será um dos projectos mais importantes incluído no projecto global, com a gestão entregue à Dolce Vita. Ocupará 70 mil metros quadrados e acolherá 175 lojas, estimando receber 12 milhões de visitantes/ano.

O Continente será uma das lojas-âncora, obrigando ao fecho do Modelo ali situado. “Basicamente, vai operar-se a trasladação de um lado para o outro”, disse Marnoto.

A empresa Dolce Vita diz que o seu conceito passa por envolver-se “com a comunidade local”, assumindo o papel de “motor económico e social da área circundante”, nomeadamente com patrocínio a clubes e eventos e apoios a instituições sociais e de caridade.

A unidade hoteleira deverá ocupar uma área de 8 mil m2 e poderá ter cerca de 120 quartos, enquanto o equipamento de saúde, com uma superfície de 25 mil m2, ainda continua por definir se será um hospital privado ou uma clínica médica.

Em relação a estas duas valências, “há conversações e protocolos já fechados” para a sua comercialização e gestão, adiantou Marnoto.

"Medidas compensatórias" para a comunidade

O plano obriga a “medidas compensatórias para a comunidade”, frisou José Apolinário. A cargo do Imogharb ficarão as acessibilidades (vias internas e rotunda da estrada de ligação à variante norte) e a construção de um parque urbano.

Este parque será o “maior espaço verde do concelho”, com uma área aproximada de sete hectares, “praticamente três vezes a Alameda”, sublinhou o autarca.

O projecto, de Sidónio Pardal (autor do Parque Urbano do Porto), prevê “uma rede de caminhos que asseguram a circulação funcional dos utentes, com uma paisagem harmonizada em múltiplas clareiras, envolvidas e definidas por encostas densamente arborizadas”.

A autarquia tenciona criar um gabinete de informações dirigido aos habitantes e donos de terrenos incluídos neste plano, para responder às dúvidas, algumas delas explicitadas na sessão de apresentação. O PUVA ainda tem de ser aprovado em reunião de câmara e em sede de assembleia municipal.

O fundo Imogharb prevê ter concluída a infra-estruturação dos terrenos em meados de 2010, estimando-se o início da construção para final desse ano. A conclusão total do Porta da Amoreira está prevista para 2013.

Fonte: Região Sul

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