terça-feira, 7 de outubro de 2008

Universidade do Algarve limita praxes e poderá mesmo proibi-las em 2009

A tradição das praxes académicas, que costuma deixar de pé atrás quem entra, pela primeira vez, no Ensino Superior, foi limitada este ano na Universidade do Algarve e pode ter o fim à vista, segundo o reitor.

João Guerreiro, em declarações ao «barlavento», garantiu que «as práticas de humilhação pessoal e de tratamento degradante da pessoa humana devem ser banidas do seio da Universidade», salientando que espera que «em 2009 possa afastar radical e definitivamente os vestígios de práticas de carácter irracional do ambiente dos campi universitários».

Em relação ao ano lectivo que se iniciou e à Recepção ao Caloiro, o espaço e o tempo destinado às praxes foi substancialmente reduzido, pois, para além destas práticas terem sido proibidas nos recintos de algumas escolas e faculdades, o reitor esclareceu que «a Reitoria informou as Comissões de Praxe e a Associação Académica que não eram toleradas perturbações no funcionamento das aulas e que a programação do ano lectivo não era passível de novos ajustamentos».

João Guerreiro informou ainda que «foram recebidas algumas denúncias de excessos. Algumas tiveram reflexo imediato, através da intervenção de funcionários da Universidade na reposição da normalidade. Outras foram remetidas para a Associação Académica que, através dos seus delegados, tentou repor a calma em momentos menos agradáveis».

Pedro Barros, presidente da Associação Académica da UAlg, disse ao «barlavento» considerar que as praxes, neste ano, «estão a ser mais comedidas».

Em relação a uma eventual proibição, no próximo ano lectivo, admite que «estará dependente das comissões de praxe e da forma como decorrer a actual recepção ao caloiro».

No entanto, lamenta que isso se venha a verificar, pois, na sua opinião, trata-se de uma tradição «com muito mais pontos positivos do que negativos».

O presidente da Associação Académica esclarece que esta «não está solidária com a prática de praxes académicas abusivas que possam ferir a integridade dos estudantes», concorda com a «abolição de algumas praxes» e adianta que «no Código de Praxe que está pronto e que será aprovado na próxima assembleia magna de alunos procura-se abolir as praxes violentas e responsabilizar quem as pratica».

Fonte: Barlavento On line

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