terça-feira, 30 de junho de 2009

Autárquicas 2009- Macário quer projectar a cidade de Faro, Apolinário insiste na área social

O candidato do PSD a Faro quer projectar a capital e mais articulação com Olhão e Loulé, enquanto o candidato do PS renega protagonismos e insiste numa forte política social e de criação de emprego.
Estas são algumas das linhas estratégicas de dois dos candidatos à Câmara de Faro, Macário Correia (PSD), líder da coligação "Faro com Macário" e José Apolinário (PS), actual presidente do executivo, que na noite desta segunda-feira debateram publicamente questões relacionadas com a cidade.
No debate, organizado pelo Observatório do Algarve, discutiu-se a situação financeira da autarquia, os vectores do Programa Polis Ria Formosa e a questão das acessibilidades à cidade, entre outros temas.
Tendo como bandeira de campanha o slogan "Refazer de Faro uma capital", Macário Correia diz que Faro perdeu a "capitalidade" e promete projectar o concelho internacionalmente, tirando-o do "marasmo" em que diz ter mergulhado.

Para tal, defende um plano conjunto entre Faro, Olhão e Loulé - uma espécie de plataforma do Algarve Central, onde se concentram 200 mil habitantes -, já que Faro por si só, diz, não conseguirá afirmar-se.

José Apolinário, por seu turno, promete centrar a sua política nas pessoas e insistir num programa cujos pontos fortes são a área social e a criação de emprego, rejeitando uma lógica de "protagonismo".

Enquanto Macário Correia diz que os eventos e infra-estruturas da cidade estão "aquém" de outros concelhos algarvios, Apolinário afirma que o que o move é o "serviço público" e não "saber quem faz mais festas".

Um dos principais temas em debate foi a situação financeira da Câmara de Faro, já que segundo o candidato do PSD a dívida da autarquia se cifra em 82 milhões de euros, valor refutado pelo PS, que diz que a dívida não chega aos 62 milhões de euros.

Segundo Macário Correia, no mandato de José Apolinário a despesa corrente da autarquia aumentou e houve pouco investimento para o futuro da cidade, o que, diz, faz de Faro um "mau exemplo" em matéria de finanças.

De acordo com José Apolinário, houve durante o seu mandato uma garantia de investimento público na ordem dos 250 milhões de euros e o relançamento de projectos que estavam há muitos anos na gaveta.

O socialista defendeu como forma de antecipar receitas para o município a criação de um Fundo Imobiliário que responda às necessidades da autarquia sem ter que se aumentar os impostos locais.

No que respeita ao Programa Polis da Ria Formosa, a concretizar até 2012 e que envolve um orçamento total de 87 milhões de euros a investir em quatro concelhos algarvios, os dois candidatos parecem também não ter a mesma visão.

Enquanto Macário Correia considera que há demolições têm obrigatoriamente que ser feitas, sobretudo nos extremos da Praia de Faro, Apolinário diz quer mais importante que a questão das casas é a "qualidade de vida" das populações e a preservação dos núcleos históricos.

Em matéria de acessibilidades, Macário Correia defende a criação de uma Autoridade Regional de Transportes, uma maior articulação entre os diversos meios de transporte e a urgência numa ligação ferroviária a Espanha.

José Apolinário considera, por seu turno, que a questão central e estratégica nesta matéria é a ligação através de um metro de superfície entre o aeroporto, a universidade e o Parque das Cidades, entre Faro e Loulé.

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