Cerca de quatro meses depois de António Barão tomar conta das rédeas do Farense, já começa a definir o futuro do clube, que conta com um passivo de 9 milhões de euros – 6 milhões e 200 mil da Segurança Social a Finanças e restante dos credores – um valor abaixo dos 11 milhões avançados pela anterior direcção.
“Quando entrei, encontrei aquilo que toda a gente já sabia: que o Farense não tem qualquer viabilidade financeira se não resolver o seu passivo. Estamos a 'lavar a cara' ao Farense e a criar uma imagem de credibilidade”, diz Barão.
A principal fonte de receitas para abater o passivo do clube seria a venda total do Estádio de São Luís, mas Barão crê que o recinto poderá voltar a receber jogos do clube.
“Não nos interessa vender todo o Estádio e deitá-lo abaixo. Temos outros planos. O principal é deitar apenas a bancada sul abaixo e construir uma zona comercial no seu lugar e um estacionamento por debaixo do Estádio. Assim não perdemos a 'jóia da coroa' do clube”, avança e salienta que um dos “sonhos da direcção é equipar o Estádio para a equipa voltar a jogar em Faro”.
Apesar de não adiantar qual o valor da venda da bancada sul nem o nome do comprador, Barão admite que poderá abater o passivo juntando ainda a capitalização de dois terrenos do clube: um junto ao Fórum Algarve e outro perto das piscinas municipais. Este último será palco da construção de uma bomba de gasolina.
“Já estamos em contacto com os responsáveis da GALP”, afirma.
O Estádio já teve duas operações de venda falhadas no passado, mas o dirigente mostra-se confiante e considera mesmo que só depende da autarquia de Faro.
“Nós queremos vender e já temos comprador, só falta a autarquia definir o Plano Pormenor para que o comprador tenha todas as condições definidas antes de comprar. Quem investe, suponhamos, 15 milhões, não poderá estar à espera de uma revisão camarária de dois ou três anos. Tem de ter garantias que poderá ser construído imediatamente”, admite e ressalva que já teve conversas com o presidente da Câmara de Faro, Macário Correia, e que este se mostrou aberto a “resolver o problema o mais rápido possível”.
Sobre as constantes notícias que vieram ao de cima sobre atrasos nos ordenados durante o mandato da antiga direcção, Barão garante que esse cenário faz parte do passado e que "no dia 30 de cada mês todos os funcionários recebem os ordenados".
Quanto à data da resolução de todos os problemas do clube? “Gostaria que o Farense tivesse todas as dívidas pagas até ao Natal. Era uma grande prenda não só para nós, directores, mas para todos os sócios e adeptos do clube”, remata.
Fonte: Observatório do Algarve
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