quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Moradores da Culatra querem que núcleo tenha estatuto de aldeia


Os residentes da Ilha da Culatra querem que aquele núcleo habitacional tenha estatuto de aldeia piscatória e que seja desafectado do Domínio Público Marítimo, defendeu hoje a presidente da associação local de moradores.

Uma equipa de técnicos começou terça-feira a fazer o levantamento das construções existentes na Culatra, a mais populosa das ilhas-barreira da Ria Formosa, ao abrigo do Programa Polis da Ria Formosa.

Em declarações à Lusa, Sílvia Padinha reiterou que a Ilha da Culatra deveria ser convertida em aldeia e concessionada à Câmara de Faro, organismo com competência para gerir aquela área.

A reivindicação é antiga, mas volta a assumir importância numa altura em que a Sociedade Polis Ria Formosa está a inventariar as construções existentes, através de fotografias, medições e recolhas de documentos.

"O núcleo da Culatra é ocupado desde 1850 e nunca foi feita a desafectação como na Ilha de Faro, na Armona ou no Farol", refere a presidente da associação local de moradores, Sílvia padinha.
Segundo a responsável, só quando o levantamento das construções existentes na ilha for terminado, dentro de cerca de duas semanas, é que a população decidirá o que fazer, face aos resultados que forem apresentados.

"Vamos ver no que vai dar, nem nós sabemos o que vai acontecer", afirmou, acrescentando esperar que não haja demolições e que as segundas habitações existentes na ilha possam ser convertidas em primeira habitação.

As casas dos habitantes ligados à actividade marítima não deverão à partida ser demolidas, mas o Plano de Ordenamento da Orla Costeira (POOC) determina que sejam deitadas abaixo as segundas residências.

"O Estado não deveria demolir as segundas habitações, devia sim permitir que estas pudessem ser adquiridas para primeira habitação, pois já enfrentamos alguma falta de espaço", sublinhou.

Para Sílvia Padinha, "não faz sentido" que a área edificada da Ilha da Culatra continue a pertencer ao Domínio Público Marítimo e que as pessoas continuem a viver numa situação quase de "ilegalidade".

"Na Culatra temos todas as condições para fazer aqui a nossa vida, desde escola, a capela, centro social, delegação do Centro de Saúde e até uma extensão da Junta de Freguesia", relembra.

Como tal, a situação dos habitantes deveria ser regularizada e a gestão da zona edificada à autarquia de Faro, para que os moradores possam ter os direitos "de qualquer cidadão".

Fonte: Barlavento Online

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