A 2 de Novembro de 2007, 19 dos 20 chefes de equipa da área médica do Hospital de Faro apresentaram a demissão em bloco como forma de protesto contra a sobrelotação das urgências e das condições a que estavam sujeitos os doentes, mas a situação actual é de ruptura, denunciou à Agência Lusa um dos médicos.
«Estamos em período de ruptura. Estamos em pânico. Isto está absolutamente à deriva. No fim-de-semana passado tivemos de recorrer a médicos de excepção que não estavam escalados», lamentou hoje o especialista em Medicina Interna, Armindo Figueiredo, em declarações à Lusa.
«Está pior que no ano passado. Isto está absolutamente a bater no fundo. Está inacreditável», acrescentou o médico do Hospital de Faro, revelando que há internos a fazer «72 horas de banco por semana» e o previsto na lei são 12 horas de banco de urgências.
«É preciso aumentar as vias de drenagem dos doentes do Serviço de Observação (SO) que continuam acumulados nos corredores», alertou, referindo que com o novo espaço de urgências se passou de uma lotação de «10 para 20 camas», mas que na realidade continuam a existir muitas macas nos corredores: «Chegam a ser 70 macas» nos corredores novos.
Com a ampliação das urgências o que se conseguiu foi «melhorar o mau aspecto dos corredores das entradas do SO. Agora, os doentes estão escondidos nos corredores das novas instalações», declara o médico, reiterando que a situação de caos piorou do ano passado para este ano.
O novo serviço de urgências do Hospital de Faro abriu em Novembro para «ensaios de novos métodos de trabalho» e para as «equipas médicas se ajustarem às novas instalações», mas já está a trabalhar em pleno, explicou à Lusa a presidente do Conselho de Administração da unidade hospitalar, Ana Paula Gomes.
Fonte: Diário Digital/ Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário